Monday, January 23, 2006

life and light

Cheguei. Finalmente cheguei e era França.

Fumada como um cigarro era França. Um cigarro ranhoso, todo lambido e sem filtro.

Era frágil, Era vidro-quase-cristal, não Era fácil Era frágil-vidro-quase-cristal.

Era também fémur, feminino e fino. Era criativo e criava facilmente. não fragilmente mas sim facilmente.

Era um corropio de gentalhas e de divórcios impraticáveis e de pesadas malhas.

e digam-Me alto, respondam-Me alto, caiam por aí abaixo de tão alto Me falarem:

Era finalmente, fumada, filtro, frágil, facilmente fácil, feminina e fina, Era ou não Era França?

caiam agora. caiam então agora.

mas não me deitem abaixo. que eu quero. eu quero chegar atrasado ao funeral.
ao meu funeral





porque estou vivo.

Sunday, January 22, 2006

coming soon

"Um aviso?
Já te avisei que não aviso. Apareço de repente."

- quase se vê o vermelho do sangue, non?

Tuesday, January 17, 2006


A escuridão acomoda-se.
Os morcegos batem as asas, batem nas asas, batem para as asas, batem nas portas, janelas e paredes, e povoam as ruas desertificadas pela noite que cria novos lugares.
Cá dentro o verde lânguido substituiu-se por verde garrafa,
e eu fermento esse "liquído", que demorou dias, meses, anos a tornar-se esse "liquído".

A solidão (e não só a minha) grita do meu interior para acordar o meu exterior.
As luzes passam e mexem-se. As cores ficam e acabam por incomodar, e o meu interior grita para acordar o meu exterior (e não só o meu).
É uma pena a minha inspiração não ser nem arterial nem cerebral, ser sim inconsistente.

Os amigos veêm-se, não se falam, outras vozes falam por eles, não se apertam;
e o que não se aperta ... acaba por se perder.
Lá fora o vento não corre, o calor não muda, e eu fico igual. A gritar de dentro para fora. (e não sou só eu)